sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

32 anos sem John Lennon: isso me faz lembrar...

Hoje faz 32 anos que John Lennon foi assassinado. De forma abrupta. Faz tempo. Mas sempre me lembra de muita coisa. Acho que vou contar aqui quando deixei de ser uma criança que apenas gostava de desenho animado e passei a ser uma pessoa iluminada por conhecer os melhores sons da Terra.

O ano era 1990. Eu tinha uns nove ou dez anos. Estava olhando os LPs da minha mãe:

Eu: Mãe, esses Beatles, deste disco com a maçã na capa ("Let It Be" na mão), eram bastante famosos, não?

Mãe: Ah, eram sim. Ainda são.
 
Eu: Eles não tocam mais?

Mãe: Não. O John Lennon inclusive já morreu.

Eu: Morreu? Não sabia que o John Lennon era dessa banda. Por isso o disco dele tem a maçã também ("Mind Games/Meat City" na mão). Do que ele morreu?

Mãe: Ele levou um tiro.
 
Eu: Nossa. Que triste. [pensativo] Posso ouvir os discos depois?

Mãe: Pode sim. Mas estão todos muito riscados (demais!). Seu pai não gosta muito deles. Ele só gosta desse do John Lennon (às vezes meu pai cantarolava "Mind Games").

Eu: Ele não gostava? Mas porque ele tem os discos?

Mãe: Ele ganhou, logo que a gente casou. Mas nem escutava. Daí ficava aí, jogado, e ele nunca cuidou.

[Pensativo de novo, eu coloco "Mind Games" pra tocar]
Eu: Depois quero ouvir este outro disco (Abbey Road na mão), a capa é bem legal, com eles atravessando a rua.


Nota 1
Anos 70. Meu pai, em tese, gostava de Jimmy Hendrix e Creedence (acho que gostou por uns 2, 3 anos) e ia tocar baixo com um amigo, Jorge (Marttos). O Jorge comprou a guitarra, mas acho que meu pai nunca comprou o tal baixo. Meu pai conta que, quando ia ouvir música, aumentava bastante o grave porque o que ele gostava mais era de ouvir o som do baixo.

Nota 2
Em 1995, meu primeiro emprego fixo e registrado: rebarbador na metalúrgica Mauser. Recebo meu primeiro vale de R$ 90: no mesmo dia comprei por R$ 60 a guitarra da marca Tonante usada do mesmo Jorge, amigo do meu pai. Minha primeira guitarra. :)
Em 31/12/1995, após uns 10 meses de conversa, eu e meu amigo Jorge (Borges, não o amigo do meu pai), montamos nossa primeira (e única?) banda: The Monios. O Rafael já estava comprometido com a banda antes dela existir, portanto dentro também, ainda mais que ganhou um belo baixo Squier/Fender de Natal. Jorge na dúvida entre guitarra e baixo, foi pra bateria, claro!



Foto de 25/12/1995

Tempos depois, entre 91 e 92, eu pirava no lado B de Abbey Road. Ouvia todo dia. Era a melhor coisa que eu já tinha escutado na vida! E ainda é!

Ontem foi 07/12. Meu grande amigo Jorge me ligou, logo cedo. E eu não falava com ele desde outubro. Muito bom!

Tudo de certa forma está ligado e nada parece estar certo.

Descanse em paz, John. Dê um abraço no George.

2 comentários:

  1. Que bacana... Você, o Daniel e eu, todos conheceram os Beatles por causa dos pais... e vc e a Bazinha fizeram a vez com o Renan. Bealte é mesmo de chorar: como puderam existir?? É muito... O Abbey Road é meu favorito...
    Adorei o texto! Bjs

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    1. Pois é, Carol! Eles foram demais. Se você descobrir uma capa de disco ou uma história, pode virar fã. E se ouvir 1 disco inteiro, virá fanático.
      Abbey Road e Revolver: meus favoritos.

      Valeu!

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